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Relato da aprovação na DPE-PR, MPES e MPRR!

  • concursosmpraiz
  • 30 de jul. de 2020
  • 3 min de leitura

Retomamos nossas postagens no ritmo dos rumores do novo concurso para Defensoria Pública do Paraná com o relato da nossa colaboradora Dra Mariela, aprovada no último concurso na DPE-PR, bem como para Promotora de Justiça no Espírito Santo e em Roraima.

A Dra Mariela passou com a maior nota na oral da DPE-PR e sempre nos encheu de orgulho e nos inspirou com sua determinação e seu método "raiz" de estudar e de ser.

Curtam e compartilhem.

E aguardem pois teremos novos simulados e novidades sobre mais aprovados do nosso querido MP Raiz!


"Sempre quis fazer Direito, me inspirava no meu pai, que depois de muito anos entrou em uma faculdade, levando anos para se formar, com seus 50 anos, admirava isso, ver ele estudando, ir na faculdade com ele e, também, por ver como ele desperdiçou essa chance.. Pois bem, entrei na faculdade de Direito com 16 anos, em uma instituição privada, muito cara e que não tinha condições de pagar, sendo que fiz apenas uma matéria no semestre, História do Direito.

No próximo semestre não consegui cursar e acabei ficando fora da faculdade por falta de recursos mesmo. Quando consegui voltar, fui cursando de duas em duas matérias por semestre, então, já viu, demorei 11 anos para me formar, fora o período que parei, casei, tive um filho.

Com 18 anos e com apenas 3 matérias cursadas na faculdades, consegui um estágio no Fórum, primeiro voluntário, e pelo meu empenho, a juíza da época me deu a chance de estagiar no seu gabinete, que era meu sonho, ela me ensinou a fazer sentença, tinha a maior paciência para explicar e eu fome de saber, conseguia fazer sentenças/despachos sem ter cursado as matérias ainda, porque sabia que só dependia de mim e ali, com aquela pessoa incrível, além de um biblioteca atualizada, tinha chances de aprender.

Formada em 2012 (já tendo passado na OAB durante o curso) comecei a estudar com material escrito de um colega de estágio que passou para Promotor de Justiça em seu primeiro concurso de MP e outros materiais doados por amigos.

Reprovei em muitas segundas fases, embora escolhia a dedo os concursos para fazer, tendo em vista os enormes gastos que envolve prestar concursos, tendo filho pequeno, casa, trabalho e tudo mais para tomar conta. Tinha cronometradas 5hs de estudo por dia e as aproveitava, deixava o final de semana para a família (lia uns informativos, um outro material, mas sem compromisso com horário, só naquela hora que meu filho dormia), pois entendi, de forma dura, que a pressão que colocamos em nós mesmos mais atrapalha que ajuda.

Fui para a segunda fase do MPES, primeiro concurso de MP que fiz, mas como sempre achava que as coisas ruins aconteciam comigo, esse concurso parou e a prova oral foi apenas em 2016, passei, fiquei em 36º, mas não chamaram, mesmo tendo mais vagas que aprovados, descobrindo, duramente, que além de passar temos que contar com a boa vontade das nomeações.

Em 2017, fui aprovada em dois concursos, MPRR e DPEPR, escolhi DPE, mas fui nomeada apenas em 10.12.2018, demorou um ano para nomearem o primeiro grupo. Então descobri, atuando, que Deus nos coloca exatamente no lugar certo, tenha fé. Digo isso, porque me “tornei gente” na DPE, vejo o sofrimento, a luta e a busca da população vulnerável (que é a maioria e invisíveis aos demais) e o quanto nós, privilegiados, tentamos impor nosso modo de vida aos demais, como se todos tivessem as mesmas opções de vida.

Foi uma longa e dura caminhada, mas aprendi que elas são assim para todos, mesmo aqueles que têm todos recursos e tempo para estudos têm seus monstros. Aprendi que amigos são essenciais, pois foi assim que compreendi como estudar, nunca deixei de ajudar e sempre fui ajudada (tenho muitos amigxs para agradecer). Aprendi também que sempre vão ter os babacas que se acham mais que os outros, que negam informações, mas que Deus olha pelos que são bons.

Como disse em uma palestra e reafirmo para quem ler: se eu passei você também vai, temos é que persistir, ter empatia, auxiliar seus amigos, e nos dedicarmos. Vivi muito tempo com autopiedade, me achando injustiçada (sem tempo, sem sobrenome, sem dinheiro, com filhos, casa, família para cuidar..), hoje vejo o quanto privilegiada fui por ter quem me ajudasse (minha família sempre auxiliando), poder estudar é uma benção, não se engane, estude de verdade que sua hora vai chegar."


Mariela Reis Bueno, Defensora Pública do Paraná.

 
 
 

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